terça-feira, 29 de setembro de 2009

Mmm



CARLOS QUIROGA Santiago de Compostela Galiza


Oxalá pudesse ser sempreolímpico

E ter segredos do tamanho de um planeta

como agora sinto.

Oxalá fosse capaz de tomar as armas

como só é possível no terceiro mundo.

Matar por comida, bebida,

matar por amor.

Oxalá não fosse tão carente neste

embrulho de supercivilizado quevisto.

Amansando os instintos.

Acatando estratégias.

Tolerando os direitos dos outros.

Tanta democracia. Tanta tristeza.

Oxalá o sexo fosse o pão e o riso a moeda.

Oxalá o sol brilhasse sempre

como brilha nos desertos.

E me queimasse a pele e me bronzeasse

os sentidos.

Oxalá pudesse ser sempre olímpico.

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