Decide então a chuva chamar-te.
Vou de carro, disseram que a chuva tem essa força. Decide chamar-te como quem visita um velho amigo, e te sussurra ao ouvido palavras que não podes estimular e que nem sequer te pertencem.
A chuva te penetra do tutano a voz. Invade-te a alma e conquista humidades que já contigo andavam antes da nascença, como líquidos a te relembrar que todo viera da água em semente.
Porque a chuva como tu provem do principio dos tempos.
Decide então a chuva permear-te.
- esqueces-te os velhos tempos? – Eras tu no café às onze horas a dizer-me suavemente que o mar estava longe, que eco da vinda nas ondas fora um perfume para ti, e eu de todo perdido em aquele mundo longínquo e impreciso.
- Esqueci os velhos tempos. Sim, esqueci. Por que às vezes é necessário dar um fim a nenhum começo. E neste filme os últimos sucessos ainda falavam a modo de ciúmes de ti, dos teus cabelos e os teus olhos, nos que agora eu só lembro o perfumo de outro sol.
Decide ela, a chuva, tu não. Tu não reparas porque achas como homem tudo esta atrasado, na ponta do pé, onde supões tens dominós, ainda que a terra que pisas nunca fora tua vizinha, nem tua amada, nem sequer tua.
E por cima sem acordar, compões falsos conceitos, porque há tanto e tanto te esqueces da força que envolve a continua corrente, que se chama num principio para os iniciados, mistério e para nós regresso.
Nem conta te das que é mãe, mulher, terra quem protege tuas pegadas acima do seu ventre.
Simplesmente a Mãe Terra e tu edificas nela para agradar os bolsos de aqueles que mandam futuros construir por baixo, bem por baixo, da sua cobiça. Mas no ventre da mãe prenhe desistes suster o alimento. Ela chora e tu sem reparar, pensas apenas na chuva e tal vez nos anos perdidos, que sempre se contam sem ter em conta que o faz.
A chuva decide. Decide sim por que tem o poder de despertar os processos.
- Vem à beira mar, em inverno a beira mar fica para nós como única costa.
- Sei bem, porque esta desabitada.
E gostávamos assim passear, tu do meu braço, enfiando memórias de alguém que fica na distancia estonteando com que nunca volta.
E uma pequena aldeia, ilhada da presa de viver, em concerto com as normas de outrem, se inicia na própria identidade. E tu gostas e ao mesmo tempo que estranhas antigas luzes: A distancia junto ao mar.
O mar que tem esse magnetismo que apanha os corpos, mas não decide simplesmente se conforma com o tempo num lugar parar, para determinar o rumo das horas. Qual suas horas constroem relógios em cada cérebro de areia.
- Ola,
chegas-te a dizer, porque duas pessoas que compartilham uma mesma praia, a tarde no cair, deveriam ao menos compartilhar um percentagem das falas lindas.
- Ola,
chegas-te a dizer muito tempo depois, a cada tarde, como o inicio da conversa tivesse a força ser demorado por longas épocas de silêncios.
Soube depois teu nome Maria, soube também dum destino em fugida. Teu marido a 3 centos de quilômetros, eu aqui tão a perto, e uma casa vazia, os lençóis a certo ardendo ... e os desejos solitários que abrem noites a ternura...
Se iniciam com chuva bem sei, como ambos iniciamos molhados os corpos o sabor desconhecido das próprias carnes nossas.
Vou de carro, disseram que a chuva tem essa força. Decide chamar-te como quem visita um velho amigo, e te sussurra ao ouvido palavras que não podes estimular e que nem sequer te pertencem.
A chuva te penetra do tutano a voz. Invade-te a alma e conquista humidades que já contigo andavam antes da nascença, como líquidos a te relembrar que todo viera da água em semente.
Porque a chuva como tu provem do principio dos tempos.
Decide então a chuva permear-te.
- esqueces-te os velhos tempos? – Eras tu no café às onze horas a dizer-me suavemente que o mar estava longe, que eco da vinda nas ondas fora um perfume para ti, e eu de todo perdido em aquele mundo longínquo e impreciso.
- Esqueci os velhos tempos. Sim, esqueci. Por que às vezes é necessário dar um fim a nenhum começo. E neste filme os últimos sucessos ainda falavam a modo de ciúmes de ti, dos teus cabelos e os teus olhos, nos que agora eu só lembro o perfumo de outro sol.
Decide ela, a chuva, tu não. Tu não reparas porque achas como homem tudo esta atrasado, na ponta do pé, onde supões tens dominós, ainda que a terra que pisas nunca fora tua vizinha, nem tua amada, nem sequer tua.
E por cima sem acordar, compões falsos conceitos, porque há tanto e tanto te esqueces da força que envolve a continua corrente, que se chama num principio para os iniciados, mistério e para nós regresso.
Nem conta te das que é mãe, mulher, terra quem protege tuas pegadas acima do seu ventre.
Simplesmente a Mãe Terra e tu edificas nela para agradar os bolsos de aqueles que mandam futuros construir por baixo, bem por baixo, da sua cobiça. Mas no ventre da mãe prenhe desistes suster o alimento. Ela chora e tu sem reparar, pensas apenas na chuva e tal vez nos anos perdidos, que sempre se contam sem ter em conta que o faz.
A chuva decide. Decide sim por que tem o poder de despertar os processos.
- Vem à beira mar, em inverno a beira mar fica para nós como única costa.
- Sei bem, porque esta desabitada.
E gostávamos assim passear, tu do meu braço, enfiando memórias de alguém que fica na distancia estonteando com que nunca volta.
E uma pequena aldeia, ilhada da presa de viver, em concerto com as normas de outrem, se inicia na própria identidade. E tu gostas e ao mesmo tempo que estranhas antigas luzes: A distancia junto ao mar.
O mar que tem esse magnetismo que apanha os corpos, mas não decide simplesmente se conforma com o tempo num lugar parar, para determinar o rumo das horas. Qual suas horas constroem relógios em cada cérebro de areia.
- Ola,
chegas-te a dizer, porque duas pessoas que compartilham uma mesma praia, a tarde no cair, deveriam ao menos compartilhar um percentagem das falas lindas.
- Ola,
chegas-te a dizer muito tempo depois, a cada tarde, como o inicio da conversa tivesse a força ser demorado por longas épocas de silêncios.
Soube depois teu nome Maria, soube também dum destino em fugida. Teu marido a 3 centos de quilômetros, eu aqui tão a perto, e uma casa vazia, os lençóis a certo ardendo ... e os desejos solitários que abrem noites a ternura...
Se iniciam com chuva bem sei, como ambos iniciamos molhados os corpos o sabor desconhecido das próprias carnes nossas.
Artur Alonso
Nenhum comentário:
Postar um comentário