segunda-feira, 25 de maio de 2009

Beleza e Pátria
Se eu pudesse descrever a vida em seu inicio, falaria do nascer no sol, na costa mais remota, na ponta das fisterras. Então, se eu pudesse dar do universo a luz ou em teus olhos refletir a beleza do momento, falaria do clamor luminoso que encontra o seu verdor nas areias paraíso, como marco onde se refugia a iluminação do mundo, depois de tão longo percorrido.
- Daí se namorou: do ser que era, em mim, poeta.
Agora acho todos estes anos foram deitados no lixo ate que ela apareceu. Apareceu quando eu ainda suspirava encontrar uma forma de deitar semente neste berço, apagado pela sombra do poder, que é grande, imenso e astuto, como o lobo que devorou dos montes onde era ceive.
Gostava do local de nascença. Mas isso bem poderia haver sido ontem

-assim chegas-te tu

- fora bom enviar uma mensagem - e ademais tão gostosa...
Alem do extenso mar estão às ilhas da eterna primavera, e aquém, por trás, as montanhas altivas que ergueram os deuses e sonharam heróis indomáveis para imortalizar seus nomes em pedra.
- E é tu pais, um país onde a gente se desconhece. -agora meu país és tu

-sinto que já não possas continuar a luta
A luta tinha um sentido antes de Helena, tinha. Mas eu já assistia canso aos últimos dias com derrotas afligidas.

-Não temos os médios

-Mas vocês têm o coração... Seu coração é forte

-Era mesmo antes de conhecer-te a ti
Iludi as responsabilidades: porque Helena chegou e arrombou toda minha vida. Deu vida a minha saudade, deu aroma a meu prazer. E nunca lhe compensei, também ela nunca quis ser recompensada.

- Quero que ames a tua pátria tanto ou mais do que me amas a mim

-não tenho tempo para fantasias... Agora mesmo só estamos tu e eu: o futuro nosso não tem raça

-mas tem raízes... E se tu delas te perder nunca poderias dar-me o que levas dentro. Vazio ia ficar e sem uma alma vagaria eternamente arredor do meu espírito, como um simples satélite desistindo da gravitação, própria.
Assim que não há solução, seguiremos a lutar por esta terra que nem sequer pode, lhe deixam escutar aos filhos que morrem por ela.

- E a pesar de tudo ela estende seus braços quando vocês falecerem em médio do anônimo sino.

Diz Helena, como quem diz a verdade, falando devagar consigo mesma.

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