sexta-feira, 29 de maio de 2009


Queria dizer-te muitas cousas
queria dizer-te quantas vezes ultimamente
a tua imagem luminosa atravessou
os espaços sombrios da minha alma;
queria dizer-te como é bom
acordar todas as manhas
sabendo que o dia encerra
uma cousa que és tu!

Queria dizer-te tantas cousas
queria falar-te dos momentos que mudam de cor,
da linguagem secreta e silenciosa
de corpos fazendo amor
querida dizer-te que estás sempre
apenas tão longe de mim
como os pensamentos o estão do pensar.

Queria dizer-te que te amo
em muitas línguas estrangeiras,
mas acima de tudo (o que mais difícil)
na nossa própria língua

queria dizer-te muitas cousas:
mas parece que todas elas se perderam
em algures pelo caminho. E agora que aqui estou
não sou capaz de dizer nada a não ser
olá, e sim, quero um café, e
sobre que havemos de falar
antes que a noite se acabe?

(Peter Rocha)

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