segunda-feira, 18 de maio de 2009


Nos antigos cafés de Ourense aprendi a amar esta cidade...
Nos antigos parques me fiz homem, perdido entre a ramagem das arvores e os cheiros a um porvir que fingia deterem-se nas pedras amontoadas, nos faróis da noite e na lua do verão, eterna de fendas sabor laranja. Nas horas de regresso, sempre a casa demoradas, conheci o perfume oculto de esta insinuante cidade.
E em aqueles cafés ainda arrecende o aroma limpo das mãos, que a louça reluzente em estantes colocavam, enquanto eu olhando ao espelho, a delicada manobra contemplava, com uma atenção profunda e misteriosa, que indaga no fundo para ver a chama; qual o fumo penetrante das memórias de outra hora, desse outro tempo contadas, faladas devagar por homens velhos e animosos, que de tanto lutar em guerras esqueceram a soberba dos idiotas.
Amo os velhos cafés, como se amam as cousas que um instante permanecem, e a memória recupera por que de ti foram já parte, ainda que nunca voltaram, como não voltaram as tardes, orgulhosas de meu avo com o se neto contemplado, os sabores no café, de aquele local da “Regidora”...

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