sexta-feira, 12 de junho de 2009

MIMETISMO


Uma rota incerta. Depois os homens.
E logo a seguir a selva. Mais tarde um rio. Mais adiante como uma espécie de estrada, se fecha, bem sei como nós nos fechamos também nos nossos próprios ângulos.
Ao longo, em redor, uma esbelteza de arvores indefinidos, indefiníveis e em definitiva fora do humano alcance.

Atrás, depois de cruzar os mares, estamos aqueles que a frente nos vemos, sorrimos ao passar, o quanto menos antes nos saudávamos atenciosamente. Não há selva, não temos grandes rios, e nossas rotas padecem, todavia, desde aqui, um augúrio de incerteza.

Estamos. Vivemos como emprestando fadigas ao destino. Desejaram fugir alguns deles, outros só emigraram sem perguntas (com o vazio que veste por dentro as roupas que foram ligeiras), como se alguém se adicara as noites a limpar das ruas sujas todo destino manifesto que enraíze na velha herança, dos que vivem com os olhos abertos . Agora poucos são os que falam a digna língua dos livres alentos, a língua dos nossos avos, dos avos dos nossos avos, que dizem não lhes foi útil para mudar a imposta semente...

por Artur Alonso

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