Na aldeia pobre de homens, pobre de havença, pobre de terras de proveito, pobre de ambições e de esperanças, vivem apenas mulheres em prematuro agotamento, mal criando os filhos, mal entendo os velhos, mal semeando e recolhendo nas leiras reduzidas algumas patacas, algumas favas, algumas verças para ir mal comendo os dias do ano, remendando farrapos para mal vestir.
Ano trás ano decorre a mesma miséria, na mesma rotina, ma mesma ignorância e, a mais pior, na mesma resignação e conformidade, sem protesta nem revolta. Assim viveram as mães, as avós, assim viverão as filhas a menos que um imprevisto ponha o mundo patas arriba. Mulheres estragadas pelo destempero e os trabalhos rudes da terra, na corte, na cozinha, no rio. Mas pensam que não é outro o jeito da vida e há-a que levar como calhar, que tratar de emendá-la é tarefa demasiada para pobres mulheres sem luzes de ração, nem vagar que se diga para bem se decatar da ruindade da própria sorte. Até para isso, para ver-se desventurado é necessário ter um tempo de ócio e unicamente os ociosos estão em condições de armar a revolta.
Ano trás ano decorre a mesma miséria, na mesma rotina, ma mesma ignorância e, a mais pior, na mesma resignação e conformidade, sem protesta nem revolta. Assim viveram as mães, as avós, assim viverão as filhas a menos que um imprevisto ponha o mundo patas arriba. Mulheres estragadas pelo destempero e os trabalhos rudes da terra, na corte, na cozinha, no rio. Mas pensam que não é outro o jeito da vida e há-a que levar como calhar, que tratar de emendá-la é tarefa demasiada para pobres mulheres sem luzes de ração, nem vagar que se diga para bem se decatar da ruindade da própria sorte. Até para isso, para ver-se desventurado é necessário ter um tempo de ócio e unicamente os ociosos estão em condições de armar a revolta.
Do Livro "A vida escura" do Grande Dramaturgo galego Jenaro Marinhas del Valle
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